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Quem não acompanha o mercado financeiro pode estar confuso com a forte queda das ações da fabricante de armas Taurus na Bolsa de Valores. Na véspera, os papéis da empresa despencaram mais de 20%, após o presidente Jair Bolsonaro assinar decreto que facilita a posse de armas no país. Nesta quarta, a empresa opera em forte queda mais uma vez.
O tombo acontece depois de a Taurus passar por uma onda de alta no ano passado e no início deste ano. Do começo de 2019 até segunda-feira, as ações da empresa dobraram de preço. Mas por que os papéis da Taurus estão caindo tanto? Facilitar a compra de armas não é positivo para a empresa?
Três fatores explicam a queda, segundo o economista Pedro Coelho Afonso: venda de ação para embolsar lucro, frustração com o decreto e possibilidade de maior concorrência no setor de armas.
De acordo com o economista, a queda nas ações da Taurus depois de um fato importante (a assinatura do decreto sobre a posse de armas) é algo normal no mercado de renda variável e reflete um movimento de venda de ações para embolsar lucros.
“A Bolsa se antecipa ao fato sempre, e as ações se valorizam com essa expectativa. Quando chega próximo ou no dia do anúncio já não existe mais novidade, pois todo o ajuste de preço já havia sido feito antes. Agora é o momento de muitos venderem e realizarem o lucro de dias atrás”, disse.
Quando há mais investidores querendo vender ações do que aqueles querendo comprar, é normal que os preços caiam, de acordo com Afonso. “No curto prazo, é natural haver essa queda. Mas no médio e no longo prazo, a tendência é de estabilização”, afirmou.
Outro motivo para a queda nas ações da Taurus seria a frustração de investidores, que esperavam que o decreto assinado por Bolsonaro incluísse mudanças nas regras para porte de armas, a permissão para que o cidadão ande armado nas ruas. O decreto assinado flexibiliza apenas a posse de armas, ou seja, a permissão para manter armas de fogo em casa ou no local de trabalho.
De acordo com Afonso, o impacto do decreto nas vendas da Taurus deve ser muito menor do que seria se fossem alteradas as regras para o porte de armas. “Os investidores entenderam que as vendas serão bem menores do que eles esperavam, então decidiram que era hora de vender as ações”, declarou.
O terceiro fator que pesa sobre as ações da Taurus é a possibilidade de abertura do mercado de armas a empresas estrangeiras, conforme disse o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, na véspera. Para Afonso, a chegada de empresas de fora com tecnologia de ponta poderia diminuir a participação de mercado que hoje a fabricante brasileira detém no país.
“O mercado de armas no Brasil é pouco desenvolvido, e a entrada de grandes empresas do ramo com tecnologia mais avançada poderia causar problemas para a Taurus”, afirmou.
No ano passado, as ações da fabricante de armas ficaram entre as maiores altas da Bolsa de Valores brasileira, diante da expectativa de que Bolsonaro facilitasse o acesso a armas no país. As ações ordinárias da Taurus saltaram 180,8% em 2018, enquanto as preferenciais acumularam valorização de 130,9%, segundo levantamento da empresa de informações financeiras Economatica.
Somente no mês de setembro do ano passado, os papéis da empresa chegaram a acumular alta de 140%, com a expectativa da eleição de Jair Bolsonaro para a presidência da República.
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